quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Despejar os corpos.

O Diabo é um ser com queda para o negócio, alma aqui e acolá. Uma senhora pede um marido em troca da alma. O diabo arranja-lhe um homem certo até ao casamento, a partir daí começa as agressões sucessivas e a violência doméstica. Um senhor pede um pénis maior em troca da alma, o diabo faz com que o pénis do sujeito fique entalado. O pobre sujeito tem de pagar uma operação cirúrgica para o ter normal e aí estica-o, aproveita se vai à tesoura,modifica-se. Um senhor pede para ser político, lá o diabo lhe concede o pedido, contudo dá-lhe uma tromba feia para caraças.
Bem, todos os negócios são péssimos, menos para o diabo. No entanto, há quem saiba pedir. E nesses negócios o diabo enerva-se, porque não dá para dar a volta a esses malandros que pedem as coisas, como devem de ser. A solução é esperar pela hora da cobrança. Retirar a alma do corpo. Gomes era um empresário de sucesso, mas a sua hora estava agendada para daqui a uns segundos. Em fumo o diabo aparece no seu escritório, e cobra-lhe a alma. O diabo quando vai em dia de cobrança não leva polícia nem guarda, é mais sofisticado, leva a morte consigo. Gomes apercebe-se que chegou o dia e antes de poder dizer algo começa a tossir. O diabo avisa diabolicamente, que fumar dá naquilo. A tosse é tão forte que Gomes começa a escarrar até que escarra algo bem grande que lhe custa a sair, que sobe a garganta, parece um ovo e expele essa coisa encarnada, o seu coração. Olha e morre de susto. A morte vira-se para o diabo e diz:
- És o mesmo velhaco de sempre, resolves tudo num segundo. Nem dá prazer. Sou obrigado a trabalhar contigo.
- O que tu querias sei eu! Beijinho da morte, sei.
- Algum dia morres. – ameaçou a morte.
- Só se for de nojo da tua boca repleta de vermes.
E assim foi mais uma cobrança diária.

1 comentário:

crucios disse...

principio bom, desenvolvimento seco...

 
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